Fatos Históricos

Fonte: Wikipedia

Esquemas em pirâmide ocorrem em muitas variações. Os primeiros esquemas envolviam uma corrente postal, distribuída com uma lista de 5–10 nomes e endereços nela. Ao destinatário era dito que enviasse uma pequena quantia de dinheiro (tipicamente US$ 1 ou 5) para a primeira pessoa da lista. O destinatário então removeria esta primeira pessoa da lista, moveria todos os nomes restantes para cima uma posição e acrescentaria seu próprio nome (e talvez outros nomes) à parte de baixo da lista. Então, ele enviaria uma cópia da carta com a nova lista de nomes para os indivíduos listados. Esperava-se que este procedimento fosse repetido e repassado e então ele seria movido para o topo da lista e passaria a receber dinheiro dos outros.

O sucesso em tal empreendimento apoia-se unicamente no crescimento exponencial de novos membros. Daí o nome “pirâmide”, indicando a população crescente em cada camada sucessiva. Infelizmente, uma análise simples revelará que com umas poucas iterações, a totalidade da população global precisaria entrar no esquema para que os membros preexistentes ganhassem alguma coisa. Isto é impossível, e a matemática garante que a vasta maioria daqueles que participarem de tais esquemas irão perder o dinheiro investido.

Esquemas em pirâmide em larga escala foram iniciados em estados que constituíam a antiga União Soviética, onde as pessoas tinham pouca familiaridade com o mercado de ações e eram induzidos a acreditar que rendimentos de mais de 1000% eram possíveis. Particularmente notórios foram o esquema em pirâmide MMM na Rússia e esquemas similares na Albânia. No último caso, eles quase causaram um levante popular.

Charles Ponzi

Charles Ponzi

Embora não seja um esquema em pirâmide no sentido estrito, o infame Esquema Ponzi de Charles Ponzi merece menção aqui, devido a algumas semelhanças.

Muitas pirâmides são mais sofisticadas do que o modelo das 8 bolas. Elas reconhecem que recrutar um grande números de pessoas para um esquema pode ser tarefa difícil, e então simplificam a tarefa. Neste modelo, cada pessoa deve recrutar outras duas, mas a facilidade de execução é anulada pelo simples fato de que a profundidade necessária para recuperar algum dinheiro também aumenta. O esquema exige que uma pessoa recrute duas outras, que devem recrutar outras duas, que devem recrutar duas outras, etc.

Um exemplo deste golpe foi chamado de Golpe do Avião e os quatro níveis deste foram rotulados de comandante, co-piloto, tripulação e passageiro para indicar o nível da pessoa. Outro exemplo foi o chamado Original Dinner Party (algo como Jantar Original), que rotulava os níveis de sobremesa, prato principal, salada e entrada. Uma pessoa no nível sobremesa estaria no topo da pirâmide.

Tais esquemas podem tentar minimizar sua natureza de pirâmide, referindo-se a si mesmos como “círculos de doação” (onde a “dádiva” é dinheiro). Fraudes populares como o Women Empowering Women e o Elite Resurrected fazem exatamente isso. Aos novos associados pode mesmo ser dito que a “doação” é uma maneira de evitar o pagamento de taxas e impostos (ou seja, trata-se de sonegação).

Qualquer que seja o eufemismo usado, existe um total de 15 pessoas distribuídas em quatro níveis ( 1 + 2 + 4 + 8 ) – a pessoa no topo do esquema é o comandante, as duas abaixo são os co-pilotos, as quatro abaixo formam a tripulação e as oito inferiores constituem os passageiros.

Cada um dos oito passageiros deve pagar (ou doar) uma certa quantia (por exemplo, US$ 1000) para se juntar ao esquema. Esta quantia (neste caso, US$ 8000) vai para o comandante, que sai do esquema, com os níveis abaixo dele subindo um degrau. Agora existem dois novos comandantes, de modo que o grupo se divide em dois, cada um exigindo oito novos passageiros. Uma pessoa que se junte ao esquema como passageiro não terá qualquer retorno financeiro a menos que saia dele como comandante. Isto exige que, abaixo dele, outras 14 pessoas tenham de ser persuadidas a se associar. Desta forma, os três níveis inferiores da pirâmide sempre perdem o dinheiro investido quando o esquema finalmente entra em colapso.

Considerando-se uma pirâmide consistindo de níveis com 1, 2, 4, 8, 16, 32 e 64 membros (a seção em destaque corresponde ao diagrama anterior):

Se o esquema entrar em colapso neste ponto, somente aqueles nos níveis com 1, 2, 4 e 8 pessoas ganharão alguma coisa. Os que estiverem nos níveis com 16, 32 e 64 pessoas irão perder tudo. 112 em 127 membros, ou seja, 88%, perderão o dinheiro investido.

As cifras também ocultam o fato do trapaceiro poder ficar com a parte do leão. Ele pode fazer isso simplesmente inventando ocupantes para os primeiros três degraus (aqueles com 1, 2 e 4 pessoas), assegurando-se de que os “fantasmas” recebam os primeiros 7 pagamentos oito vezes, sem colocar um único centavo do próprio bolso. Assim, se a “taxa de admissão” for de US$ 1000, ele receberá US$ 56000, pagos pelos primeiros 56 investidores. Além disso, o trapaceiro irá promover e prolongar o esquema pelo tempo que for possível, para poder tirar o máximo das vítimas antes do colapso final.

No início de 2006, a Irlanda foi atingida por uma onda de esquemas, com maior atividade em Cork e Galway. Aos participantes era solicitada uma contribuição individual de €20000 para um certo esquema Liberty, que seguia o modelo clássico das 8 bolas. Os pagamentos eram feitos em Munique, Alemanha para evitar a cobrança dos impostos irlandeses no tocante a doações. Esquemas derivados, chamados de Speedball e People in Profit desencadearam certo número de incidentes violentos e foram feitos apelos aos políticos para que a legislação existente fosse endurecida. A Irlanda lançou um website para informar os consumidores sobre esquemas em pirâmide e outros golpes.

Deixe um comentário